Todos os devaneios publicados ou não neste blog são dedicados a qualquer pessoa que ja sentiu pelo menos 1 ( um ) dos sentimentos mais desprezíveis dos seres humanos, ódio, inveja, saudade, solidão, arrependimento, amor. Especialmente os Ansiosos, Lunáticos, Excêntricos, Maniacos, Depressivos, com desturbios de sono, escritores, Fumantes, Alcoolatras, Maconheiros, Bipolares, que tem medo de pessoas, quem tem medo de morrer sozinho, que tem medo de amar , que tem medo de sí mesmo.

Vejo cada uma dessas pessoas passando por mim todos os dias nas ruas, na minha casa, no meu convívio, no espelho.

Essas são suas histórias, mentiras, e devaneios. Algumas ruins de se ler, outras chocantes demais para serem esquecidas.

Os Monólogos da Existência servem justamente para isso, abrir os olhos de quem cansou de deixar cegar-se, alimentar a busca da verdade e quem sabe provar que a esperança não é a ultima que morre... A Realidade ainda está pra chegar.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Paraíso é um Inferno do Caralho.

Nessa noite realmenta havia passado dos limites. Não somente eu é claro mas tambem o
meu companheiro de bebida, lucas, partilhamos do mesmo nome.
Depois de 13 chopps e 2 vodkas, fica meio difícil distinguir o que eh certo ou errado,
tanto na hora de falar quanto na hora de ver ou agir. no final das contas acabamos fazendo o que queriamos mesmo
e depois de escapar de dois acidentes de trânsito potencialmente fatais, chegamos em casa.

Em casa, enquanto matávamos uma última garrafa de qualquer coisa, champagne, eu acho, começamos a lembrar das merdas e loucuras de uma
ordinária noite de quarta. Aos poucos me lembrei que estávamos em uma mesa com 15 mulheres, e saímos não sei ao certo por qual motivo.
Eu tinha dado o bolo em uma garota qualquer, e meu companheiro lucas I (leia-se O primeiro) já não entendia porque havia uma
garota que falava com uma boca tão próxima da sua. 13 chopps até então.

Fui me despedir ja sentindo o efeito alcoolico do chopp ruim que me serviam de maneira precária, e ainda combraram os 10% ( um roubo )
esperei pacientemente minha vez de falar com ela, e quando cheguei perto para me despedir, ela me solta essa:

- Ah não, você não vai embora agora vai ?
Caralho, como é dificil dizer não para uma mulher bonita com a boca grudada na minha.
- Sinto muito meu bem, preciso ir ao aniversário de um amigo, mas a gente se encontra no final de semana sim ?
- Nossa é Claro que sim! - disse sorrindo de uma maneira sorrateira.
- Você promete ?
- Sim, eh claro, o sábado é só nosso.

Então quando dei por mim estava mijando do lado do carro, no estacionamento da galeria. Ja o Lucas II ( leia-se o segundo )
apenas observava com um olhar feio e uma cara de quem estava preocupado com alguma coisa... O alcool tira minhas preocupações, por isso sempre me mantenho embriagado.


Mas logo as coisas melhorariam para mim (leia-se o segundo) e para Lucas I. Chegamos em uma porra de bar lotado e claro demais, com uma música alta demais,
e preços altos demais, chamado Lokal (leia-se pocilga). A ocasião? aniversário de um grande amigo, com a macacada reunida em uma mesa, em volta
de uma smirnoff e vários red bulls. De vez em quando é bom beber como os ricos, apesar de ser um consenso comum entre eu e o primeiro
que uma boa antártica gelada é melhor que essa porra toda. Logo me cansei de tanta testosterona, e com uma cara de pau que só o alcool é capaz
de criar, liguei para a mesma menina que havia deixado esperando no shopping umas 3 horas antes.
A conversa foi mais ou menos essa:

"Lucas, é você?"

"Nossa, meu bem, o que aconteceu? Te esperei um tempão!" Eu não havia sequer visto de longe aquele shopping, nesta quarta feira.

"Você tem certeza, porque eu..."

"Escuta, to aqui no lokal, chama umas amigas e vem pra cá, beijo." Desliguei.

Não preciso dizer que meia hora depois elas estavam lá.

Eu só saía da mesa para ir ao banheiro, fui uma, duas, três vezes, cinco ou dez vezes, não sei porra. mas toda vez que voltava,
meu copo vazio estava cheio de vodka com energético, ( não beberia se não fosse alcoolico ).
Como todo clichê de bar, no Brasil, começaram as conversar sobre time e a mesa do lado se mostrou muito interessada,
Eu e o segundo lucas, torcemos pro mesmo time e as garotas da mesa ao lado por incrível que pareça tambem. Tinham dois otários
que achavam que entendiam mais ou menos do que a gente mas na verdade isso não importa, eu ja tava muito bebado quando comecei a
entoar os gritos de guerra da torcida para o bar inteiro ouvir, as garotas riam, e os homens, bom, os homens que se fodam porque eu
nem olhava para a cara deles.
E foi bem nessa hora que a segunda vodka fez sua primeira aparição... Puta que pariu, agora sim eu estava começando a me despreocupar
com dirigir o carro na hora de ir embora. Ja havia batido o carro uma vez, entrei com tudo em uma praça, destruí um banco de concreto,
bater bebado duas vezes é muita falta de sorte... você sabe não sabe? Um raio nunca cái duas vezes no mesmo lugar. Por isso enchi o meu copo
e decidi passar pela mesma praça na hora de voltar para casa. Tudo isso com MUITO cigarro, e claro.

Já eu não parecia absolutamente mim mesmo. Como dizia meu avô, um pelo de buceta puxa mais que dois tratores de carga.
É claro que me lembrei das merdas como 'Essa menina é pra casar' e 'Namora comigo' bem depois, durante o champagne, mas só o fato
de ter me rebaixado a tal nível de conversa fiada já faz até a cabeça do meu pau corar de vergonha. A segunda vodka me tirou dos eixos,
e é claro, a vela que acendemos durante uma volta pela cidade, batizada de 'expresso' foi a cereja do maldito bolo. Eu realmente não entendia mais nada,
ainda lezado por uma porra chamada 'Magic Eye' que havia tomado alguns dias antes. Seus beijos só me davam vontade de transar alí mesmo, naquela
porra de bar excessivamente iluminado. Quando voltava pra mesa, via um mais louco que o outro, Lucas I cantando 'PSYCHO KILLER, QUES QUE C'EST', e eu beijando a menina,
tomado minha vodka, e desistindo de entender alguma coisa daquela noite.

O Problema com mulheres convidadas pelos seus amigos é que raramente elas vem ao lugar desacompanhadas.
Se fossem acompanhadas APENAS DE MULHERES eu não reclamaria, sou homem CARALHO. o foda eh quando elas trazem os machos idiotas
que estão de carro e quem pagam as contas delas. no caso, trouxeram apenas um idiota acéfalo de merda, que desde quando bati os olhos ja nao gostei.

- Ei irmão, as meninas tão pedindo pra vocês saírem da mesa - Porra, foram elas que chegaram depois e eu tenho q sair da MINHA MESA?
- TUdo bem cara, eu to puxando a minha mesa aqui e ja estou indo pra ela.
- Mas puxando a mesa você ainda vai estar na MINHA MESA.

Isso foi a gota d'agua. Saí, conversei com alguns amigos, e so lembro que quando voltei, apontava o dedo na cara do idiota,
e ele ja estava se desculpando... o motivo ? Aquela hora não sabia e não me interessava, mas é como o Vitão me falou :

- Mano, se o maluco chupou, deixa quieto . -
e assim eu fiz.

So lembro que quando estava saindo, uma das garotas que torciam para o mesmo time que o meu ( lembram ? ) deu a bochecha para um beijo,
e depois fez biquinho de selinho, assim não da pra perdoar, ja lasquei um beijo em sua boca e parei quando ela falou:

- Nossa, você beija bem demais, PUTA QUE PARIU
- Serio ?
E voltei com o movimento lingual. Quando dei por mim estava ja em uma rua perto, caído no chão e com todo mundo me chamando.
Parece que eu fiquei alegre demais com o acontecido e caí de uma altura considerável de pulso no chão, ainda bem q com álcool, ninguem sente dor.

Porra, eu já estava cansado daquele lugar, e aquele idiota me dava vontade de começar um pandemonium. Comecei a falar merda na cara dele
pra minha acompanhante, e no final só disse.

"Tá vendo aqueles dois brothers meus, Edinho e Vitão? Os caras tão doidinhos pra testar as quadradas em alguém." Ou pra mau entendedor, uma glock e uma 9mm.

E esse foi o motivo da súbita humildade que atingiu o cara-de-porra que estava bancando as meninas. Nada de heróico ou místico. Otário é otário em qualquer lugar.

Eu queria sair dali, e me despedi às pressas da garota, enquanto O primeiro trabalhava a corinthiana do outro lado. Não aguentava mais, estava com fome, e muito chapado.
Havia sido uma puta noite, mas nada que saísse da mediocridade de uma cidade estúpida.

Tudo bem, você não vai querer saber da hora da comida e muito menos da nossa busca por algo interessante para se fazer.
As mulheres do bar so serviram para atiçar minha vontade de trepar, e pra piorar, ninguem atendia celular nenhum, filhos da puta.
Deixamos o irmão edinho e sua 9 imaginária em casa, e no caminho, a 140 km/h quase fiz eu e o segundo abotoar o paletó de madeira.
Um pouco de adrenalina nunca é demais não é?
Chegamos, assistimos um pouco de tv, conversei com algumas pessoas no computador e meu pulso começou a doer.
Abri a geladeira, 1 champagne e 2 vinhos. No final da ultima garrafa falei :

- cara, você não acha que essa noite merece virar um conto ?
- Não sei, acho que tudo merece virar um conto, na medida do possível claro.

Entornei de um gole só o resto de alcool do copo, meu pulso começava a voltar ao normal. uma pena que amanha provavelmente
não me lembrarei nem de metade do que aconteceu... mas pensando bem, pra que lembrar? São todo dias medíocres e iguais mesmo.

Saímos para o amanhecer, para fumar o penultimo cigarro de palha. Acho que não erro ao afirmar que nós dois pensávamos a mesma coisa.

"Essa porra de paraíso é um inferno do caralho."

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