Todos os devaneios publicados ou não neste blog são dedicados a qualquer pessoa que ja sentiu pelo menos 1 ( um ) dos sentimentos mais desprezíveis dos seres humanos, ódio, inveja, saudade, solidão, arrependimento, amor. Especialmente os Ansiosos, Lunáticos, Excêntricos, Maniacos, Depressivos, com desturbios de sono, escritores, Fumantes, Alcoolatras, Maconheiros, Bipolares, que tem medo de pessoas, quem tem medo de morrer sozinho, que tem medo de amar , que tem medo de sí mesmo.

Vejo cada uma dessas pessoas passando por mim todos os dias nas ruas, na minha casa, no meu convívio, no espelho.

Essas são suas histórias, mentiras, e devaneios. Algumas ruins de se ler, outras chocantes demais para serem esquecidas.

Os Monólogos da Existência servem justamente para isso, abrir os olhos de quem cansou de deixar cegar-se, alimentar a busca da verdade e quem sabe provar que a esperança não é a ultima que morre... A Realidade ainda está pra chegar.

sábado, 27 de novembro de 2010

Esse pessoal é Lírico Demais

Ainda pensando sobre o defeito?
A sua exatidão não vai direto ao ponto.
Enche o copo, vai para a sinuca e pensa
nas próximas
palavras.
Seu defeito é ser lirico demais.

A gente vive, a gente fode
a gente come, a gente bebe
vomita e se alegra

e vamos juntos a casas de amigos

Eu trepo, e eu sei que trepo
enquanto você ainda com
as calças
a camisa para dentro
se perguntando se ela sabe ou não,
se você de fato está DORMINDO
“ o turbilhão da batida
parafraseando o universo de distância
da distância entre mim e você.
Ao encontro satírico ao coito se desfaz
enquanto não consigo ter tua pele
eis que tentadoramente aperto-me contra mim
dentro deste banheiro infinitamente pequeno”

Eu trepo, eu trepo
eu bebo, amém
eu ligo, eu chingo
eu morro e eu vivo

Não adianta ficar no isolamento
do seu quarto escuro
enquanto sua cabeça tenta afastar
o começo da sua insanidade
da sua dúvida
do seu lirismo infernal

Me sento, escrevo
sento no vazo cago e leio
Minha mulher se despe e toma banho no banheiro

Eu sou louco e sei disso
Não espero por nenhum inferno
ou paraíso
Eu trepo, eu bebo
eu fumo eu sinto
o cheiro

Sou homem
não sou mulher
não sou lírico
Sou Poeta.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Francesco Manzanno, o que você pensa sobre Realidade?

Um sinal de trânsito indo para a pecuária de Goiânia em 1993. Essa é a minha primeira lembrança. Seria uma primeira lembrança muito estúpida não fosse pelo fato de que em vez de verde, o lugar destinado a ligar a luz do “siga” piscava a cor azul. Lá estava eu , cinco ou seis anos de idade indo com minha mãe e meu padrasto ver o show do Zezé di Camargo e Luciano, um estouro na época. Não sei por que isso me veio a cabeça ontem enquanto quase desmaiava dirigindo o carro tentando voltar pra casa, mas eu sei que foi exatamente nesse dia que eu comecei a perder meu senso de realidade. Na adolescência lembro que o “grupinho de amigos” com quem eu andava tinha esse esconderijo no terraço do prédio onde morávamos. Todos os dias eu sentava no “caiu morreu” e ficava apreciando a paisagem da cidade. Sentava-me lá e ficava o dia inteiro olhando a merda da cidade. Levantava, descia para o telhado da cobertura e ia andando apenas com o apoio da parede que estava na minha frente e ficava com 1 pé em cima do telhado, o outro dependurado com o apoio de 11 andares de gravidade. Nunca caí, como deu para perceber, ou então eu realmente caí mas ainda não percebí. Também nunca fui pego por carro nenhum enquanto brincava de travessia perigosa na t-63. Ontem eu estava em cima de outro prédio apreciando novamente a cidade. A poluição deixando um efeito visual maravilhoso, criando um dégradé onde o sol morrendo inicia a noite com o laranja, passando para rosa quando se junta com o branco da poluição, ficando roxo, azul, preto e aí você finalmente avista algumas estrelas mais fortes. Olhei os prédios em volta e senti um medo que me espancou de forma brutal. Tive medo de cair e não senti a mínima vontade de me sentar perto do “precipício” do prédio. Quanto ao meu senso de realidade, as coisas pioraram quando fui assistir Matrix pela 10ª vez ( já tinha 12 anos de idade) e comecei realmente a pensar que eu poderia estar conectado a máquinas no futuro e minha vida é toda ilusória. Porra, isso fazia um puta dum sentido! Eu nunca tinha me adaptado a porra nenhuma mesmo, eu digo, posso sentir o toque posso sentir o gosto, o cheiro, amor, ódio, dor, prazer, ver, respirar, mas isso é tudo informação que o meu cérebro interpreta pra mim. Na verdade eu sou apenas o meu cérebro e o meu corpo é o que faz ele poder continuar a funcionar. Agora tudo fazia sentido e eu consegui seguir por mais uns 5 anos sem entrar em crise quando começava a conversar comigo mesmo. Alguma hora alguém ia me tirar dessa bosta e aí todo mundo ia ver quem eu era de verdade! Mas um dia esse amigo meu disse que essa coisa de Matrix era tirada de uma bosta escrita por Sócrates ou Platão ou um filosofo grego qualquer (nada contra o pessoal da filosofia claro) e que a muito tempo já tinham provado que nada disso existia. E alguém sempre volta e fala :
- Eu penso, logo existo... Mas até onde eu sei você pode ser uma pessoa criada pela minha mente.
E o idiota que está do lado vira e pensa:
- Filho da puta pretensioso, além de ser criação da minha cabeça ainda acha que ele é importante o bastante pra questionar se eu existo ou não...

Por isso que a teoria mais sensata que eu já ouvi foi a de um andarilho que comia cogumelo e tomava chá de trombeta em ocasiões especiais:
- Bixo, a vida é o seguinte – Olhava o céu, passava a mão na grama e voltava – existem umas poucas pessoas de verdade no mundo, e o mundo é de um jeito pra cada um. Só que todo mundo é doido, todo mundo é doente da cabeça. Os mais fracos tão morrendo de doença que a cabeça cria, enfartam com estresse e preocupações. Os mais fortes estão escravos da sua própria loucura e da loucura dos mais fracos que cercam ele. Todos com a mesma doença mental que vem geneticamente desde quando a gente surgiu Bixo! Agora os outros 5 bilhões são tudo coisa da sua cabeça ! Mas eu sei que você existe entende? Agora o monte de gente que passa aqui pelo centro da cidade e desaparece virando a esquina eu sei que é só ilusão. São os figurantes da sua loucura bixo. Os figurantes da história da sua vida.

E assim continua a “história da minha vida” e a história da sua vida, de forma desastrosamente desajeitada e desorganizada, aonde pessoas vem e vão e voltam. Onde pessoas acham tempo para brincar com outras pessoas, para matar outras pessoas, para construir e destruir relacionamentos, fazer um ou dois filhos e adotar outro quem sabe. Até que todos possamos seguir rumo para o local que sabemos desde o começo para onde iríamos: Embaixo da terra ou dentro do forno. Mas que grande alívio não? Sair dessa pocilga nojenta atolada da mesma merda ensacada que vem dentro da cabeça e do coração de cada pedaço de carne andante que se vê por aí nesses dias. Eu sou um dos piores, mas agora nesse exato momento eu ainda consigo me sentir o melhor de todos.
Depois dessa conversa que tive com aquele Andarilho pouca coisa mudou na minha vida. Resolvi apenas deixar as coisas acontecerem sendo realidade virtual ou não, sentindo de verdade ou não, fingindo ou não fingindo. É só fazer tudo o que você já sabe e se não sabe é só copiar da pessoa mais filha da puta que estiver por perto. Não se iluda. Meu medo cresceu em proporções gigantescas, me fez começar a pensar no amanhã, procurar um médico para me consultar sobre as dores, a procurar um trabalho que pague pouco e explore muito. No Final das contas? O Sistema, a vida, a loucura, as pessoas, eu mesmo, a matrix, as 5 vezes que morri e não percebi, as vozes que não param na minha cabeça, as pessoas que me rodeiam de noite para não me deixar dormir, a insônia, a música, o calor, o frio, o sexo, o amor, o ódio, o remorso, a tristeza, a alegria, a doença, e até que a morte os separe, pegaram meus colhões e espremeram, me transformando numa porra de monte de carne sem espírito, com razão o suficiente para saber que é pouca coisa para questionar a existência ou não de Deus, mas burro o suficiente para terminar esse texto, pedir desculpas, e comprar mais uma carteira de Camel.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ainda.

As vezes penso, quase sinto
Impressão de que me cansei de você
Da sua fala mansa, da irritação que me causa
Do seu amor dúbio, do calor do seu corpo
Contra o meu, no inverno que acabou de chegar
Outras aparecem, algumas me confundem
Então tenho a impressão, e quase sinto
Que não é apenas uma impressão
Que é verdade, que me cansei de tudo
Que foi bonito enquanto perdurou
Mas tudo te traz a memória
De forma amorosa, de forma raivosa
Como uma negação em um soneto
Que busca apenas um ultimo motivo
A gota que dirá o basta

Sinto sono e durmo,
Você não está do lado
Outra está do lado,
Outro par de coxas, de seios
Outra mulher que não você

Um beijo diferente, não o seu
Um gosto até melhor,
Tudo melhor, mas não é você.
Isso prova o quanto te odeio.

Agora me dê licença,
Meus amigos estão a caminho
E eu tenho muito o que fumar
Ainda.

Solstício de Inverno.

São 4 e 25 da manhã e eu acabo de acordar de um pesadelo. Sonhei que um amigo meu matava uma mulher descarregando seu .38 sem dó nem piedade só porque ela disse que ele era nojento. Faz frio e também não é a toa, apesar de o inverno começar hoje, em Goiânia está aquela temperatura de costume desde quando começa junho. Quem mora aqui sabe do que eu estou falando, 14 °C de manhã, 30 °C de tarde e uns 10 °C a noite.

Mas hoje a noite estava especialmente fria. Acordo do pesadelo ainda assustado, mas sem levantar grandes suspeitas porque se alguém ou algo estiver olhando não vai poder se divertir com o medo estampado na minha cara. Os ossos doem, as pontas dos dedos ficam espetando e a sede, puta que pariu que sede! Deveria ter tomado água assim que cheguei em casa mas eu ainda estava com o gosto do cigarro (não eram os Camels de costume) na boca e meu corpo se manifestava muito cansado depois daquela (finalmente) boa noite de sexo. Me levantei sentindo dores no corpo inteiro e foi aí que eu lembrei que estava todo mordido, todo dolorido e um pouco humilhado. Ultimamente tenho andado numa onda de bom humor e por mais que isso pareça esquisito é justamente agora que eu me sinto o mais incompleto possível, sem rumo, mas com um estranho sentimento de que está tudo bem que tudo vai dar certo mesmo sabendo lá no fundo que tudo daqui a pouco vai piorar como sempre piora. Até sorrir honestamente eu ando sorrindo, um animal domado sem os colhões. A mulher que estava comigo ontem discorda, ela diz que isso é sinal do meu amadurecimento já que eu tenho 21 anos e isso já estava passando da hora de chegar. Mas uma noite atrás, enquanto as pessoas bebiam, bagunçavam e chamavam outras pessoas que eu não conheço e não tinha a menor vontade de conhecer para beber e bagunçar na minha casa, essa mesma mulher conversava comigo sobre outros assuntos. Dizia ela que gostaria de me conhecer de verdade, quem eu realmente sou, fora da máscara do garoto que teve uma infância de merda, uma pré-adolescência duvidosa e não pegava mulher nenhuma durante o ensino médio, apenas o cara de verdade com todos os defeitos e qualidades. E então eu chorei. Percebi que tudo aquilo que eu sou é uma puta de uma máscara gigantesca, para minha família, para meus amigos, para minha mulher, para mim mesmo. Percebi que meus escudos são tão falhos quanto a minha timidez e meus ideais, eu vi que sou apenas um conjunto de muros e mais muros tentando manter tudo e todos longe do meu ponto fraco. Conclusão? Não me lembro mais de quem eu realmente sou, ou era, agora eu só consigo ser assim, frio (nem tanto) como o frio do dia 21 de junho que me dá pesadelos na madrugada de Goiânia, amargo, sistemático, alcoólatra e viciado em uma variedade de drogas lícitas e ilícitas todas diferentes. Não me lembro nem mesmo se eu tenho um ponto fraco ou dois ou dez. Eu apenas vou acendendo um cigarro, e outro, e mais outro esperando o próximo dia chegar com a próxima noite que vem antecipando o próximo dia enquanto cortam mais ainda meus colhões e eu construo mais muros para afastar mais ainda o resto de todo o mundo. Depois desse pesadelo que tive acordei muito diferente. Enrugava a testa e fazia cara de desinteresse, fui cumprir meu aviso prévio sem arrumar o cabelo e sem tomar banho, senti uma vontade do caralho de tomar um gole de cerveja, aquela onde de bom humor havia passado e estava começando a me sentir normal de novo. Saí andando pela cidade e perdi totalmente a noção do tempo enquanto dirigia no trânsito caótico. No carro o tocador de cd havia travado então a única coisa que tinha para escutar era a rádio, “Executiva FM, a rádio que é como você ouvinte, tem muito bom gosto”, e nessa rádio de muito bom gosto começou a tocar um samba, não era Chico mas era bom ainda assim. Como se fosse um tiro senti vontade de pela primeira vez na vida sentar em um bar e beber sozinho, plena 8:30 A.M assim como os cachaceiros fétidos que bebem ate as 9 e chegam em casa para bater no filho e matar a mulher. E foi exatamente isso que eu fiz, procurei um boteco que não cheirasse a urina, me sentei numa mesa afastada e pedi uma dose de Seleta pra acompanhar a Brahma gelada. Eis que então um rapaz de terno e bíblia no braço se senta na minha mesa (começou errado) e me pergunta:

- O senhor acredita no grande salvador Jesus Cristo ?

(errou de novo)

- Olha, pra começo de conversa eu não te chamei pra sentar na minha mesa. – Abri a carteira de Camel acendi e soprei a fumaça na cara dele – Segundo, sua mãe nunca te ensinou que você primeiro deve se apresentar? Ou então ela nunca te ensinou a não conversar com estranhos? E o que te interessa se eu acredito ou não em Jesus? Até onde eu sei se ele existe não ta fazendo um bom trabalho com você, ou comigo.

- Me desculpe – disse o rapaz – meu nome é André Luiz e eu gostaria de dizer que Jesus morreu por você.

- Muito bem, meu nome é Judas! Agora, ta vendo aquele carro ali parado no sinaleiro? Tem uma velha dirigindo, vai encher o saco dela porque aquela lá precisa de salvação mesmo, já passou do Cabo da boa esperança.

- Mas ELE revelou a mim que eu preciso falar com você. Você parece estar sofrendo e Ele pode curar o seu sofrimento!

- É mesmo? Então já que ele cura sofrimentos você não vai se importar de eu enfiar esse copo no seu nariz.

Peguei o copo de cerveja e arremessei no rosto do cara. Pegou em cheio! Peguei a garrafa e quebrei na nuca dele, desmaiou.

Levantei-me e saí andando, paguei a conta e ninguém quis tirar satisfação.

Fazia tempo que eu não era tomado por esses momentos de fúria repentina, coisa que você não consegue controlar o seu corpo e quando viu já fez merda mas porra, tudo o que eu queria era tomar aquela maldita cerveja em paz, o rapaz estava no lugar errado hora errada, ou então realmente Deus queria que ele falasse algo comigo... Se esse for o caso então já era. São 11h52min A.M e está chegando a hora de almoçar. Vou me sentar num restaurante “boca de porco” e esperar que Ele me puna com uma puta duma diarréia, e esperar que chegue outro momento de alegria só pra vê-lo acabar em tristeza e raiva no equinócio de Primavera, e que linda primavera é a Primavera de Goiânia.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Primeira e Última Valsa de João Bitencourt

Mãe, esses dias são dias estranhos. Caminhava pela rua me sentindo muito pior que de costume. As pessoas passavam, voltavam, passavam, e enquanto eu olhava em seus rostos eu percebia que não era o único a estar mentindo para si mesmo e para os outros. Eu olhava, cerrava a visão e me deparava com o mesmo que havia visto no espelho algumas horas antes quando acordei, um pequeno sorriso querendo dizer “está tudo bem! “ acompanhado de olhos tímidos, cansados, e cheios de uma verdadeira tristeza. Profunda, preocupada e melancólica tristeza, daquelas que quase da para se comparar com alegria, não fosse pelas rugas na testa e pelo segundo Box de Camel que se acaba de abrir. Sentei-me no chão enquanto acendia outro cigarro e comecei a me lembrar de quando era criança, de quando você me falava que eu seria grande, que eu era inteligente, que Deus tinha grandes planos pra mim. Me lembro de ter certeza, inspirado na figura “paterna” do meu tio, que queria ser advogado quando crescesse, me lembro também de ser muito bom nas aulas de literatura e redação e sinto saudade da época em que minhas preocupações eram fazer o dever de casa o mais rápido possível pra jogar vídeo-game, não deixar a Bruna Carla saber que eu gostava dela , cuidar da minha reputação de valentão na escola, fazer um poema com rimas para meu amor platônico. Hoje, mãe, eu tenho um emprego, tenho uma noiva, tenho uma conta no banco que cá entre nós está no vermelho, e mesmo assim nunca me senti tão perdido. Nunca tive tanta certeza de que tudo o que eu queria é exatamente tudo o que eu não quero, tenho minha tão esperada carteira de motorista, mas não dinheiro pra comprar meu próprio carro, tenho amigos que me dão força, tenho amigos que me desmotivam, tenho essa dor de cabeça, e um sentimento de tristeza tão forte que parece comer meu estômago por dentro, pensei até que poderia ser síndrome do pânico, um enfarto ou coisa do tipo, você sabe que eu sou meio hipocondríaco e a gente sempre vê histórias de pessoas que tiveram os mais variados sinais antes de enfartar. Hoje mesmo cheguei no trabalho e enquanto estava dentro do elevador me senti a pessoa mais solitária do mundo, a pessoa rodeada por pessoas mais solitária do mundo. Chegou ao meu andar, saí e fiquei encarando a porta de entrada do escritório por dois minutos respirando fundo e criando coragem para fazer a mesma coisa que eu faço todas as manhãs, entrar, botar um puta sorriso no rosto e falar com as secretárias “ Bom dia! Tudo bem com as senhoritas? “ “ Bom dia, tudo certo e você?” “ Opa! Tudo ótimo! Se melhorar estraga! “, seguido pelo sorriso falso mais triste que o mundo já viu, não foi o que aconteceu infelizmente. De alguma maneira não foi possível pra mim dizer que estava tudo ótimo. A verdade bateu na minha cara com tanta força que a única coisa que eu consegui fazer foi entrar em colapso, correr para a escada e chorar, chorar muito mesmo ali naquele canto imundo e mijado de escada de prédio comercial, deitado, como uma criança. Por isso resolvi que vai ser hoje! E dessa vez não tem empregada pra me fazer vomitar as pílulas, nem médico estancando pulso, nem corda podre se rompendo, dessa vez vou fazer certo com a .40 novinha toda prateada que eu acabei de comprar. Quando você estiver lendo isso saiba que não tive motivos aparentes. Não foi uma pessoa em si que me destratou, não foi um coração partido, não foi a fome na África, não foi falta de seus cuidados. A minha vida é boa, não me falta muita coisa, mas essa dor, não consegue me deixar ser feliz, essa dor sempre me lembra que quando as coisas melhoram é apenas para poder saber que tudo vai piorar. De qualquer forma, diga a minha noiva que eu sempre a odiei e que pra mim foi “ apenas sexo “, dessa forma eu evito que uma das pessoas mais importantes que existe na minha vida sofra pela minha fraqueza. Quanto aos meus amigos, eu odiava todos! Não aturava se quer um deles ! Sempre fui falso, fingido e egocêntrico. Ao resto Mãe, diga que não haverá funeral, dê um falso sorriso de felicidade, coloque uma puta duma música do Pink Floyd e chore a morte do seu filho, mas sem tanta tristeza sim? Mande queimar tudo e despeje no primeiro buraco que vir pela frente, até porque nesses dias de dias estranhos, eu não quero ter mais com o que me preocupar. A partir de agora.

domingo, 11 de abril de 2010

Fachadas Simultâneas ( Aprendendo a nunca precisar pedir desculpas )



Sinceramente as noites insones ja perderam a graça. A algum tempo ja venho tentando parar de escrever, parar de me queixar e deixar a vida seguir seu curso natural. Porra, será que existe mesmo um curso natural ? Ou a vida é apenas um exemplo aplicado de como a aleatoriedade e probabilidade se encaixam de maneira perfeita para cada vez mais te deixar mais pra baixo ?
Infelizmente para você que está lendo, terei que ser totalmente parcial sobre este ponto de vista ( como se você ja não soubesse disso ) e dizer que realmente, a ignorância é uma dádiva.
Imagine nunca se preocupar com a política, como o rumo que o seu país, ou a sua vida, ou o seu intelecto estão levando; imagine tambem por favor se você fosse um deus. Será que faria de outro jeito ? Será que trocaria 10 mulheres por apenas uma? Será que beberia mais ou menos? Daria um jeito na fome da África?
Deus é onipotente, onipresente e onisciente. Deus criou o homem, ou o homem criou Deus? No final das contas esse tipo de pensamento mal interessa, somos todos seres humanos caminhando para a nossa própria destruição. Caminhando para o pior caminho possível, cativos, humilhados, sem os colhões e rezando para que o dia que chega seja melhor que a vida que termina. Eu juro, juro DUAS vezes que eu queria ser um pouco menos inteligente para poder acreditar que de fato existe vida após a morte. Mas depois de observar a natureza humana, e o quanto somos pobres, ínfimos e vazios, nada me parece mais justo do que terminar a vida da mesma forma que qualquer outra matéria orgânica no Universo... Apenas acabando. Sem mais, nem menos.
Quer saber? Acho que para 99.99% da população desse planeta, o fim nem seria percebido. Você nasce, cresce, come, caga, trepa, faz um filho acidental, e pula na frente do caminhão da Coca-Cola que está fazendo sua entrega semanal para a lanchonete que fica em frente a sua casa.
No máximo vão comentar na rua: " Ei, vocês sabem aquele jovem rapaz que ficava perambulando por aqui, com cara de preocupação e visto com muito poucas mulheres? Não, nunca vi, mas o que é que tem ? Pois é cara, dizem que ficou louco e se jogou na frente de um caminhão aqui na rua. Nossa, que otário, tem gente que tem tudo e não da valor a vida. "
Mas eu te pergunto outra coisa, você sabe por acaso, se a sua vida, da valor a você?

Recesso da dose Diária de Testosterona



Noite, frio, limão, açucar e cachaça
Dor de garganta, febre
e aquela imensa vontade de trepar.

Saimos e voltamos, comemos e bebemos
e agora aqui, de volta, sozinho
grande merda. Que se foda.

" Amanhã eu juro que vou no hospital "
Mas hoje não, não essa noite
ainda tem muito limão e muita coisa a se pensar.
Corta, bota, amassa. Corta, bota, amassa

Entre mamíferos primatas de intelecto pequeno,
seis olhos e aquela persuasiva vontade de trepar
Entro no carro, saio, procuro e volto.
Ironia? Terminar uma noite fria, no banheiro
E me divertindo sozinho.